O Aeroporto de Viracopos, em Campinas - o terceiro maior de São Paulo -, vai
deixar de ter voos internacionais. A TAP, que tinha três operações semanais
para Lisboa, vai suspender os voos do aeroporto a partir de outubro. A Pluna,
que operava diariamente a rota Campinas-Montevidéu, também suspendeu as
operações no aeroporto em abril. Cumbica, em Guarulhos, volta a ser o único
aeroporto internacional do Estado.
A falta de infraestrutura foi determinante - Viracopos não tem free shop,
por exemplo. Segundo o diretor-geral da TAP para a América Latina, Mário
Carvalho, os passageiros preferem voar por Cumbica por causa disso. "No
geral, o aeroporto tem estrutura precária. Está melhor adaptado para voos
domésticos, mas não supre as expectativas de um passageiro internacional",
disse.
O free shop foi um dos pedidos da TAP à Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária (Infraero) quando começou a operar em Viracopos, em julho de
2010. Foi aberta uma licitação em meados do ano passado, e a loja estava
prometida ainda para 2011, mas não foi aberta.
A Infraero afirma que a empresa ganhadora já concluiu as obras para a
instalação do free shop, mas ainda aguarda autorização da Receita Federal para
operar. A promessa é que seja aberto até o fim deste mês.
Outra dificuldade apontada pela TAP é a falta de uma empresa de catering
(apoio para o serviço de alimentação a bordo) no aeroporto. Toda a comida
servida nos voos da TAP seguia em um caminhão refrigerado de São Paulo para
Campinas, o que representava um custo adicional para a empresa.
A Infraero afirma que há duas empresas que prestam atendimento de catering
em Viracopos, mas cabe à TAP escolher quais serviços usar.
Privatização. A companhia acena com a possibilidade de voltar a voar por
Viracopos em 2013, quando passar a baixa temporada europeia. "Esperamos
que dentro desse período o aeroporto possa melhorar bastante com a
privatização", afirmou Carvalho, referindo-se à concessão de Viracopos à
iniciativa privada.
O contrato com o Consórcio Aeroportos Brasil deve ser assinado no dia 25
deste mês. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) recebeu dois recursos
questionando o resultado do leilão - julgou improcedente o primeiro, impetrado
pelo Consórcio Novas Rotas (liderado pela Odebrecht), e não reconheceu o
segundo, interposto pela ES Engenharia.
A Pluna, que inicialmente voltaria com a rota Campinas-Montevidéu em julho,
já fala em dezembro como mês de retorno previsto. A empresa atendia uma média
de 3 mil passageiros mensalmente em Campinas, com um voo por dia. A maioria
fazia conexão para Buenos Aires e Santiago.
Movimento triplicado. Montevidéu e Lisboa eram as duas únicas rotas
internacionais diretas que saíam do aeroporto de Campinas, em um total de dez
voos semanais - sete da Pluna, diários, e três da TAP, às terças, quintas e
sábados.
Procura. Entre 2010 e 2011, o movimento de passageiros internacionais
praticamente triplicou em Viracopos - de 42 mil para 112 mil em um ano. Só a
TAP era responsável por 56,6 mil passageiros por ano em Campinas.
"Isso afeta toda a cadeia de turismo do interior. Viracopos era uma
ótima opção para desafogar Cumbica", afirma Marcelo Matera,
vice-presidente da Associação das Agências de Viagens Independentes do Interior
de São Paulo (Aviesp). "Existe ali um potencial muito grande que o governo
não soube mensurar."
Fonte: Class Tour
Fonte: Class Tour
Nenhum comentário:
Postar um comentário