A dança é uma das artes capaz de unir em um mesmo espaço diversos rostos, vários sotaques, algumas manias e distintas culturas. O 18º Passo de Arte é uma prova disso. Os mais de três mil bailarinos que circulam pelo Centro Integrado de Apoio à Educação de Indaiatuba (CIAEI) revelam algo que existe atrás dos palcos. São histórias de superação, rivalidade, romances, amizades, enfim, uma infinidade de assuntos a serem contatos na volta para casa. E isso é o que não vai faltar, ao menos, para as 15 bailarinas do Paraguai que participaram da competição.
Chegaram até o Passo de Arte quando Lorena Martinéz, uma das bailarinas do grupo, foi selecionada para participar do Youth America Grand Prix, em Nova Iorque. Na ocasião, um dos jurados era brasileiro e as informou sobre a competição que acontecia em São Paulo. Tomando conhecimento da importância do evento no circuito da dança, Patrícia Fiandro, professora e proprietária da academia no Paraguai, correu para enviar um DVD e disputar uma vaga.
Foram selecionadas. A viagem de ônibus até o Brasil, precisamente até Indaiatuba, durou um dia e meio. Natalia Oviedo, aparentemente a mais extrovertida das meninas, conta que pararam apenas para comer.
E apesar da pouca idade, entre 12 e 17 anos, essa não é a primeira vez que saem do seu país para participarem de uma competição de dança. Há três anos estiveram em Buenos Aires onde apresentaram uma coreografia de jazz e outra em estilo livre. Talvez seja por isso que o ‘estar longe de casa’ não seja a maior preocupação dessas meninas. “O que está sendo mais difícil para nós é o alto nível competitivo do Passo de Arte”, conta Camila Caceres, de 14 anos. De qualquer forma, elas também carregam a certeza de que se estão participando da disputa, é porque também fazem parte desse grupo seleto. “Nós participamos da seleção através do DVD. Estamos concorrendo com três solos e dois conjuntos”.
Mas é claro que por se tratarem de adolescentes, que estão tendo a experiência de conviver com pessoas de costumes diferentes, a dança acaba não sendo o assunto exclusivo entre elas. Quando questionadas sobre possíveis paqueras, Bárbara abre um sorriso comprometedor, mas ao perceber o ato ‘involuntário’, trata logo em se justificar “Não é nada disso que estão pensando”.
E quase na mesma proporção que negam as paqueras, as jovens paraguaias relutam em assumir possíveis namoros. “Podemos dizer que são apenas ‘amigos coloridos’, nada mais que isso”, falam quase todas em coro.
Mas deixando as brincadeiras de lado, cada uma delas sabe da importância que a dança tem em suas vidas, e que estar nos palcos será sempre a maior recompensa de tanto esforço. “Dançar é a nossa paixão, é tudo a que nos dedicamos”, finaliza Bárbara, novamente com um sorriso no rosto.
E os resultados de tanta dedicação já começaram a aparecer. As bailarinas do Paraguai conquistaram o 2º lugar na categoria Conjunto Estilo Livre Adulto.
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